Sábado sim, outro não, acontece no jardim entre o restaurante e o rio Piracanga a nossa Feira Livre! Já há algum tempo, tanto o restaurante do Centro Inkiri, quanto o Açaí e o empório Frutos da Terra só trabalham com ingredientes veganos.
Então, no último mês de julho, sentimos o chamado de darmos mais um passo ao perceber que tudo no Centro já oferecia apenas pratos sem insumos de origem animal, menos a feirinha. Quando o tema foi levantado, decidimos experimentar: a próxima edição seria assim, 100% livre de sofrimento animal.
Tivemos uma linda surpresa pois o número de moradores que levou suas criações gastronômicas para vender aumentou e o sabor, então, nem se fala! Ficou a sensação de que houve um ganho quando a criatividade foi liberada pela ausência de ingredientes antes usuais, como o queijo e o leite, por exemplo. Estamos já na terceira edição da nossa Feira Livre de Sofrimento Animal, caminhando para a quarta no próximo sábado!
Na direção do veganismo e da confiança
A transição do vegetarianismo para o veganismo nem sempre é simples. Ser apenas vegetariano pode parecer um caminho mais fácil e rápido, mas o sentimento de Claudia Almeida, guardiã da Cozinha Inkiri, é de que “rápido e fácil” não necessariamente é o que mais cura ou traz consciência.
Conversamos com Claudia sobre a transição da Feira Livre e ela nos contou um pouco mais sobre a importância deste movimento. “Antes desse acordo, havia uma espécie de desequilíbrio pois o que é vegano, além de ser um pouco mais caro por lidar com castanhas e outros ingredientes não industrializados, nem sempre se destacava perante um produto industrializado que, além de ser de origem animal, é produzido com muito sofrimento e não vem diretamente dos dons e talentos de alguém”.
“Foi muito bacana o fato de que aumentou a quantidade de pessoas levando comida para vender. Quem deixou fluir a criatividade para fazer algo vegano, encontrou abertura e confiança para isso”, diz Claudia, que também destaca a relevância da exclusividade de produtos veganos por estarmos dentro de um centro conectado com a espiritualidade e a cura. “Não adianta o restaurante preparar refeições super ‘limpas’ para quem está nos cursos e retiros, onde as pessoas passam dias se desintoxicando através de uma alimentação leve, e, na feira, todos comerem coisas não veganas”, diz Claudia, segura em seu papel como guardiã de um tema tão importante como é a alimentação no Centro Inkiri.
O empoderamento, confiança e criação são presenças essenciais dentro da cozinha, sentir que algo pode ser feito de tal e tal maneiras, e de uma forma nunca feita antes. A Feira Livre de Sofrimento Animal vem nos ajudando a expandir a consciência e a confiança de que é possível termos comidas veganas de um jeito leve e com muito sabor.
Leia também: Por que pode ser tão desafiador ter uma alimentação vegana?