Primeiras memórias | Como você vem sendo moldado desde antes de nascer

Peggy Mars durante o acompanhamento de Cynthia no parto da pequena Luz | Foto: Majo Aranda

Quais são as primeiras memórias da sua vida? Como elas influenciam o seu modo de ser e agir hoje? Se você pensou nas lembranças de quando era criança ou na relação com seus pais e com a sua família quando ainda era um bebê, saiba que você já vem sendo moldado para ser o que é bem antes disso.

Suas primeiras memórias são aquelas registradas antes mesmo da infância, durante a sua concepção, sua gestação, nascimento e seus primeiros momentos de vida. Este olhar é da psicóloga, parteira, terapeuta de Leitura de Aura e mãe de quatro filhos, Peggy Mars.

“Nossas primeiras memórias são aquelas que, na verdade, não nos lembramos. São aquelas que recebemos até o momento de chegar ao mundo. Estão conectadas com as memórias da infância, já que se trata de uma mesma história, mas que estão com a gente desde o momento em que fomos gerados”, explica Peggy, que também ministra cursos e é especializada em leituras de aura com temáticas relacionadas ao nascimento em Inkiri Piracanga.

Desafios para a realização do propósito

Para a especialista, o espírito tem um plano bem claro antes de chegar a esse mundo. Ele sabe qual é a sua missão e o que está vindo fazer nesta vida.

Mas tudo tem um “porém”: 

“Na minha visão, quando o espírito vem, está muito claro para ele, no nível espiritual, qual é o seu propósito. Mas o que passa a acontecer a partir dessas primeiras memórias é o que vai começar a dar um formato, a padronizar o ser. Isso traz um impacto grande para a criança em relação ao que, dentro dessa vida, ela poderá viver em relação ao seu propósito”, diz Peggy.

Momentos que antecedem a infância

Três momentos compõem as primeiras memórias e cada um deles têm papel essencial no preparo do espírito que está para nascer, segundo Peggy:

Concepção

Momento em que o espírito faz os acordos espirituais com os pais; define o “porquê” de estar neste grupo familiar e seu propósito dentro deste contexto para a evolução do todo.

Gestação

É nesta fase que o bebê recebe informações da família, das características, dos desafios que vem acontecendo naquele grupo e vêm se repetindo ou têm marcado suas histórias desde a ancestralidade.

Nascimento

É o momento do empoderamento do espírito na matéria. É um portal por onde se pode chegar de formas diferentes e muito impactantes quanto às memórias no nosso nível celular.

Assim, somos impactados pela forma como fomos concebidos, pelas experiências que herdamos de nossos pais e pela maneira que nascemos:

  • Fomos concebidos em um ato de amor ou não?
  • Como a notícia da nossa chegada foi recebida?
  • Quais eram as dinâmicas entre nossos pais e suas vidas no momento da gestação e antes dela?
  • De que forma nascemos?  Tivemos o nosso ritmo para nascer mais ou menos respeitado? Fomos escutados ou não?

Peggy dá o exemplo de uma pessoa que nasceu de uma cesárea prevista e que não teve o tempo de expressar os movimentos naturais, suas vontades quanto ao tempo para nascer. “Essa é uma pessoa que poderia ter muitas chances de ter dificuldades de aceitar as propostas da vida porque poderia ter registrado uma memória de ‘choque’”.

Consciência, neutralidade e padrões repetitivos

Caminho para curar marcas é a autoinvestigação, diz Peggy. Na foto, ela ministra curso sobre o tema

Segundo a psicóloga, existem possibilidades para que o bebê seja bem recebido nesta vida e que desenvolva seus potenciais mais elevados. Da perspectiva dos pais, isso depende de uma questão de consciência quanto à vida que está por vir. “Quanto mais neutralidade e abertura para que aquele novo ser humano possa manifestar, menos limitações, sofrimento e marcas negativas ele terá, o que valorizaria sua espontaneidade e o alinhamento com sua missão de vida”.

De acordo com Peggy, o bebê vai sempre absorver o que não é consciente na vida dos pais. Daí surge um grande padrão de muitas repetições. Pais que vêm de uma linhagem de muita rigidez, por exemplo, têm muita tendência de criar o filho com esse mesmo padrão.

A não observação destas questões gera novas repetições. “Esse padrão pode se repetir com a gente mesmo. Se aprendi que cantar não é legal, eu não vou cantar, mesmo se eu vim para essa vida para isso. Ou a gente pode ir se tornando pais, educadores, cuidadores de crianças que irão trazer as mesmas limitações para as próximas gerações”.

O caminho para sair deste círculo vicioso é a cura a partir da autoinvestigação.

Autoinvestigação e a superação das limitações

A terapeuta afirma que nós conseguimos superar todas essas limitações a partir do momento em que passamos a ter consciência sobre a origem delas. Termos consciência da influência das primeiras memórias em nossa biografia pode significar a aceleração de diversos processos de cura, permitindo viver de maneira mais livre e mais espontânea, independentemente da fase da vida que você está.

“O trabalho não é para tentar culpar ou saber quem fez o quê, mas simplesmente para se aceitar que em algum momento não se teve a consciência que se tem hoje e ir tentando identificar a origem das limitações, identificar onde doeu, onde a espontaneidade do espírito e toda as suas potencialidades que poderiam ser manifestadas nesta vida foram perdidas”, explica.

Peggy sugere que cada pessoa investigue, observe e autoavalie como passou por esses momentos antes do nascimento. “É importante fazer uma busca e também se perguntar: como foi isso para mim? Ir além da história que estão te contando e perceber como aconteceu para você. Para cada pessoa foi de uma maneira e cada um percebe o que aconteceu do seu próprio modo”, conclui.


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